Eu cresci ouvindo discussões sobre futebol. Lembro que parentes e amigos do meu pai se reuniam e ficavam apresentando palpites futebolísticos. Eles eram velhos, gordos e incapazes de correr três metros sem sofrer um infarto, contudo, eloquentemente, despejavam regras de como o Mané Garrincha deveria jogar. Eu era pequeno, mesmo assim, considerava aquilo um “ridículo atroz” e pensava:
“Eu não sei jogar, portanto, sou incapaz de sugerir. Devo me recolher em minha insignificância, curtir o jogo da maneira que posso, e aplaudir quando for possível.”
Contudo, figurar o papel de “engenheiro de futebol” não é apenas ridículo. Notoriamente, discussões sobre esse tema influenciaram nosso país, corromperam a inteligência das pessoas, incentivando falar sobre o que não sabem. Então, quando ouço falar em futebol, sei que poderá ser destrutivo!
Quando uma pessoa [ou uma nação] começa a discutir fervorosamente futebol sem saber jogar, mais tarde acaba discutindo metafisica, religião, mística e outras coisas, sem que haja base para tanto.
Proferido por Olavo de Carvalho.
Adaptado por Eric M. Rabello. Revisado por Fabio Rabello.
Notas do editor:
1. Esta postagem é uma transcrição adaptativa e não integral do Programa True Outspeak transmitido em 2 de abril 2007.
2. A imagem associada a esta postagem ilustra recorte da pintura: “The Football Players”, a qual foi criada em 1908 pelo pintor francês Henri Rousseau (1844 – 1910).
Outras transcrições de excertos do programa True Outspeak: